Piauí – Governador Rafael Fonteles anuncia SoberanIA, primeira IA com base de dados 100% em português

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O governador Rafael Fonteles anunciou, nesta quarta-feira (18), o lançamento da SoberanIA, a primeira plataforma de inteligência artificial com base de dados 100% em português. O anúncio foi feito durante a finalização da capacitação de inteligência artificial (IA) para professores, realizada no Auditório Sucesso, em Teresina.

Com lançamento previsto para março de 2025, a SoberanIA será desenvolvida com a colaboração dos alunos da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), que contribuirão para aperfeiçoar esse modelo, assegurando que a plataforma funcione de maneira eficaz e alinhada às necessidades locais. A plataforma vai rodar em um supercomputador do Governo do Estado do Piauí.

Fonteles explicou, de forma simples, que a plataforma terá um funcionamento semelhante ao do ChatGPT, mas com um diferencial importante: será alimentada por uma base de conhecimento com cem bilhões de palavras em português e operará de forma soberana, sem depender de intermediários privados estrangeiros.

“Nossa IA será treinada em português, utilizando um supercomputador local e funcionando sob o domínio do Estado do Piauí, e não de uma big tech. Será a primeira IA soberana do mundo em português. Qualquer país que fale português poderá utilizar uma tecnologia de linguagem treinada em nossa língua e totalmente independente”, afirmou o governador.

O governador também destacou a importância da segurança e privacidade dos dados. “As informações de diversas secretarias serão geridas dentro do território nacional, garantindo que a plataforma seja segura e respeite a soberania de nossos dados. Estamos criando uma plataforma nossa, com total controle sobre as informações que nela circulam”, destacou Fonteles.

Modelo de governo conversacional

De acordo com André Macedo, secretário de Estado da Inteligência Artificial, Economia Digital, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Piauí, a SoberanIA utilizará a infraestrutura tecnológica que o Estado está adquirindo. Além disso, vai permitir um “governo conversacional”, onde o cidadão poderá tirar dúvidas em um chat pré-programado, por exemplo.

Para criar a SoberanIA, a plataforma nacional será alimentada com uma base de dados piauiense. “A ideia do governador Rafael é que o Piauí não pode ficar à mercê de grandes empresas. Então, vamos ter uma IA própria. Após o treinamento da IA, os algoritmos ensinados para a máquina ficarão sob a guarda do Piauí. Será, portanto, uma IA soberana, com dados e qualidade sob responsabilidade do governo. O propósito é apoiar as tomadas de decisão das políticas públicas”, explica.

O gestor acrescenta que a SoberanIA será usada para o benefício do cidadão, dando mais velocidade ao atendimento na saúde.

IA que pensa em português

A ferramenta SoberanIA será uma LLM (Large Language Model) com o objetivo de otimizar processos administrativos e melhorar a tomada de decisões no governo. Ela pode analisar dados de diversas áreas, como saúde, educação e segurança, oferecendo análises e previsões que auxiliam na formulação de políticas públicas. Além disso, a LLM poderá atuar como assistente virtual, proporcionando atendimento mais ágil aos cidadãos e permitindo a automação de tarefas, como a criação de documentos e a análise de regulamentações.

A implementação dessa tecnologia ajudará a aumentar a eficiência do governo, reduzir custos administrativos e melhorar a transparência nas ações públicas. Com foco em melhorar a comunicação entre o governo e os cidadãos, além de fornecer suporte na capacitação de servidores, a ferramenta pode revolucionar a administração estadual, promovendo uma gestão mais moderna, ágil e conectada às necessidades da população.

A criação de uma IA LLM em português, como a SoberanIA, é crucial para superar as barreiras linguísticas e promover a inclusão digital, proporcionando soluções mais precisas e adaptadas ao contexto brasileiro. A maioria dos grandes modelos de linguagem, como o GPT (Generative Pretrained Transformer) e outros, tem sido desenvolvida predominantemente em inglês, o que limita o acesso e a utilidade desses recursos para falantes de outras línguas.