Grupo Reflexivo discute história e resistência de mulheres negras

0
19

O Grupo Reflexivo de Mulheres, organizado pelo Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero (CAO Mulher) e pela 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de São Luís, foi realizado nesta terça-feira, 26, no auditório da Casa da Mulher Brasileira, em São Luís e trouxe à discussão o tema “Nos passos de Dandara: história e resistência de mulheres negras”.

A temática foi abordada pela autora e artesã Luanda Martins e pela militante e poetisa Nicinha Durans, ambas integrantes do Núcleo de Mulheres Preta Anastácia, grupo que nasceu no ambiente do hip hop e que desenvolve trabalhos voltados para mulheres de periferia.

De acordo com Luanda Martins, a roda de conversa busca afirmar os passos de mulheres negras na história, em suas lutas por resistência e por permanência em seus corpos e territórios. “Nesse espaço da Casa da Mulher, a discussão é importante pois estamos falando de vulnerabilidade de mulheres, especialmente da periferia. Então, é importante conhecer histórias como a de Dandara e de tantas outras mulheres de luta”, avaliou.

Nicinha Durans ressaltou que o momento une o debate de temas importantes na sociedade com a arte. “Fazemos essa discussão acompanhada com muita poesia com o objetivo de fortalecer essas mulheres, trabalhado o empoderamento para que elas lutem contra tudo que as oprime, como o machismo e a violência” explicou.

DANDARA

Dandara, ou Dandara de Palmares, foi uma liderança guerreira do Quilombo dos Palmares, companheira de Zumbi. Embora haja lacunas e controvérsias nos registros de sua história, ela é considerada uma das líderes das lutas contra os portugueses, além de atuar na manutenção do quilombo, nas colheitas e na caça.

“Dandara é esse símbolo para a gente, um símbolo de guerrilha, de contra-ataque, de organização coletiva, de luta, que ensinou a lutar. Esse é o legado que Dandara, mesmo sendo essa figura mitológica, deixa para nós. ‘Nos passos de Dandara’ nos remete ao que aprendemos com as mulheres quilombolas, até hoje, na defesa do seu território, do seu corpo e do futuro dos seus descendentes”, afirmou Luanda Martins.